sábado, 14 de fevereiro de 2009

Atenção...

Qualquer texto escrito em primeira pessoa descaracteriza o que poderia ser noticioso. Não se enganem... textos como esses escritos aqui não parecem nem um pouco com a realidade, nem devem parecer...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ayahuasca

Estava eu lá sentado. Não contei muita conversa. Com o chá na mão, bebi! Uma dose pequena. Tomei e fiquei me dizendo: é, não bateu. Acho que devo tomar mais um pouco. Tomei e no mesmo instante senti algo diferente. Não era nada estranho eu tava me sentindo muito bem. Comecei a ver um aglomerado de estrelas. Senti uma vontade imensa de me aproximar delas. Eu me senti flutuando e cada vez mais rápido me aproximava delas. Elas brilhavam cada vez mais. E eu me aproximava cada vez mais rápido delas também. Mais estrelas surgiam. Nesse momento parecia que eu viajava na velocidade da luz. Eu passei por elas tão rápido que elas nem mais pareciam estrelas.

Eram traços, linhas retas que passavam ao meu redor.

Então a velocidade dessa viagem foi diminuindo, na medida em que as retas se transformavam em curvas e tudo ficava turvo. Era como se eu tivesse perdido controle de tudo. Meu corpo flutuava no universo, mas eu não via mais estrelas. Meu corpo se contorcia tentando ter o mesmo controle de antes mas não adiantava. Lá no fim eu comecei a ver um senhor sentado com chapéu e de cabeça baixa. Eu não via os seus olhos. Esse homem brilhava. Era um brilho que emanava de todos os seus chácaras. Emanava pela sua cabeça principalmente. Até me encontrar bem próximo a ele, bem na sua frente. Ele me olhou com um olhar sério. Muito sério. Eu comecei a ficar assustado. Eu queria me afastar, mas algo me empurrava para mais próximo ainda. Aquilo me deu uma aflição sufocante. Fitei bem meus olhos nos olhos dele. Eu começava a respirar lentamente já imaginando que algo de muito ruim ia acontecer comigo. Eu não conseguia mexer nem braços nem pernas. Até que aquele senhor de pele morena e bigode deixou de ser tão sério e me abriu um sorriso.

Uma calma infinita tomou meu corpo e minha mente. Meus braços e pernas agora estavam livres. Com o braço direito eu tentei toca-lo. Fui estendendo o braço quando ele, que estava sentado, se escorou e eu saí voando de volta. Com toda velocidade me afastei dele. Ele foi sumindo entre as curvas, depois eu vi as linhas retas, as estrelas e de repente eu estava de volta ao meu lugar... Vomitei...

Meu corpo se sentiu aliviado. Eu encostei minha cabeça na cadeirinha de praia que levei ao encontro. E fiquei vendo o azul do céu. Que estava mais escuro. O sol estava se pondo. Foi assim a primeira vez que tomei aquele chá.